PREÂMBULO: o gene que produz a ausência de pelo é dominante. Não obstante,
alguns cães nascem com pelo. O cruzamento entre dois cães sem pelo produzirá um
menor número de cães com pelo, sendo, portanto, preferível, tendo sido comprovado
que este cruzamento mantém e melhora a qualidade da raça.
A combinação do cruzamento entre dois cães da variedade sem pelo propicia a
obtenção de um gene letal (25% dos cães homozigóticos), portanto, deve-se ter
especial atenção ao mesmo. Devido à raridade da raça e à dificuldade de alguns
criadores de localidades distantes em obter um plantel de criação com a finalidade de
prover diversidade genética, Pelados Mexicanos com pelo, porém bem estruturados,
podem ser utilizados com propósitos de criação, mas nunca para exibição em
exposições de beleza. O cruzamento entre Pelados Mexicanos com pelo não está
permitido. O plantel de Pelados Mexicanos com pelo, para fins reprodutivos, deve
ser proveniente de cães registrados e como resultado do cruzamento de ao menos
uma geração de Pelado Mexicano variedade sem pelo com variedade sem pelo.
No México pré-Hispânico, a carne do “Xoloitzcuintle” ou “Xoloitzcuintli”, no
idioma “nahuatl”, era considerada um “manjar” que os indígenas mexicanos comiam
em cerimônias especiais como um ritual às suas crenças e, por conseguinte, tornouse escassa, chegando a um patamar em que a raça esteve a ponto de extinção. A
Federação Canófila Mexicana resgatou a raça nativa e utiliza o Pelado Mexicano no
seu logotipo desde o ano de 1940.
RESUMO HISTÓRICO: sua origem é muito antiga. Os indígenas, em suas
cerimônias especiais, se alimentavam da sua carne, que era muito apreciada. O
“Xoloitzcuintli”, no idioma “nahuatl”, ou “Xoloitzcuintle” em espanhol os
consideravam representantes do Deus “Xolotl”, de quem evidentemente deriva seu
nome. Sua missão era guiar a alma dos mortos até o seu destino eterno. A variedade
sem pelo desta raça também é conhecida como cão pelado mexicano; a variedade
com pelo era conhecida pelos indígenas como “itzcuintle”.
APARÊNCIA GERAL
Variedade sem Pelo: é um cão muito atraente; a característica principal é a ausência
total ou quase total de pelo, com uma pele suave e lisa. Seu corpo é bem
proporcionado, com peito largo e caixa torácica ampla, com membros e cauda longos.
Variedade com Pelo: é um cão completamente coberto com pelo, muito atraente;
com as mesmas proporções harmoniosas da variedade sem pelo. O pelo pode ser de
qualquer cor, comprimento e textura. Seu corpo é bem proporcionado, com peito
largo e caixa torácica ampla, com membros e cauda longos.
PROPORÇÕES IMPORTANTES: o corpo, medido da ponta dos ombros até a
ponta do quadril e desde a cernelha até o solo, é ligeiramente mais comprido em
relação à sua altura, aproximadamente de 10:9. O comprimento do corpo nas fêmeas
pode ser ligeiramente mais longo que nos machos, devido à função reprodutora. O
comprimento do crânio e do focinho é aproximadamente o mesmo.
COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: é um cão silencioso, tranquilo,
alegre, alerta e inteligente; desconfiado com estranhos, bom guardião e excelente
companheiro. Nunca agressivo.
CABEÇA
REGIÃO CRANIANA
Crânio: do tipo lupóide; largo e forte, em forma de cunha. Visto de cima, é largo e
elegante, afinando em direção ao focinho, com a protuberância occipital pouco
marcada e com os eixos crânio-faciais quase paralelos.
Stop: levemente marcado, porém, claramente definido.
REGIÃO FACIAL
Trufa: deve ser bem escura em cães escuros; pode ser café ou rosa em exemplares
de cor bronze; rosa ou parda em exemplares vermelhos e manchada nos cães
manchados.
Focinho: visto de perfil, é reto, com o maxilar e as mandíbulas muito fortes.
Lábios: apertados e aderentes.
Maxilares / Dentes
Variedade sem Pelo: mandíbula forte. Os incisivos devem se fechar perfeitamente,
com mordedura em tesoura, isto é, os incisivos superiores sobrepassam os incisivos
inferiores tocando com a sua face interna a face externa dos incisivos inferiores,
conferindo quadratura às mandíbulas. A mordedura em pinça, nivelada, também é
permitida. Não se penaliza a ausência de alguns dentes incisivos, caninos, pré-molares
e molares, assim como dentes tortos, já que alguns exemplares não têm raízes
profundas; geneticamente a ausência de pelo está intimamente ligada à ausência de
dentes.5
Variedade com Pelo: requer-se dentição completa, com mordedura em tesoura ou
pinça.
Língua: a língua dos “Xolos” é geralmente de cor rosa, porém, pode ter marcas
pretas, manchas ou listras, sendo esta uma característica comum na raça; sempre
colocada dentro da boca.
Bochechas: ligeiramente desenvolvidas.
Olhos: de tamanho médio e de forma amendoada, com expressão alerta e sumamente
inteligente. A cor varia de acordo com a cor da pele, em tons de preto, pardo,
castanho, âmbar ou amarelo. Preferem-se os mais escuros possíveis e ambos da
mesma cor. As pálpebras bem pigmentadas na cor preta, parda ou cinza nos cães
escuros, permitindo-se as pálpebras claras ou rosadas nos cães claros, sem serem
estas as mais apropriadas.
Orelhas
Variedade sem Pelo: longas, grandes e expressivas, muito elegantes e de textura
delicada; lembram as orelhas de morcego. Sempre eretas em estado de atenção;
nesta posição seu eixo deverá ter uma inclinação de 50° a 80° em relação a uma linha
horizontal.
Variedade com Pelo: longas, grandes e elegantes. Podem ser eretas ou caídas.
Qualquer posição é aceitável; ambas as orelhas devem estar na mesma posição quando
em alerta.
PESCOÇO: portado alto e ligeiramente arqueado. Proporcionalmente longo. Delgado,
flexível, bem musculoso e muito elegante. A pele é firme, elástica e aderente, sem
barbelas. Os filhotes apresentam rugas que desaparecem com a idade.
TRONCO: fortemente construído.
Dorso: perfeitamente reto.
Lombo: forte e musculoso.
Garupa: o perfil deve ser levemente convexo, com uma inclinação de aproximadamente
40º com a horizontal.
Peito: visto de perfil, é longo e profundo, alcançando os cotovelos; as costelas são
ligeiramente arqueadas, mas nunca planas. Visto de frente, o antepeito é de boa
amplitude; a ponta do esterno não é proeminente.6
Linha inferior e ventre: elegantemente marcados. Abdome musculoso e
moderadamente esgalgado.
CAUDA: é longa e fina, com alguns pelos duros; afilando da raiz até a ponta no
Pelado Mexicano variedade sem pelo e completamente coberta de pelo na variedade
com pelo; em movimento é portada alegremente e curvada, nunca enroscada sobre o
dorso. Em repouso é caída, com a ponta terminando em um ligeiro gancho. Em
algumas circunstâncias a cauda pode estar portada entre os membros, por causa das
baixas temperaturas, ou também, pode-se considerar como sendo um sinal de timidez.
A cauda deve alcançar os jarretes. A posição da cauda deve ser uma extensão da
garupa quando o cão está em repouso.
MEMBROS
Anteriores
Ombros: planos e musculosos, com boa angulação escápulo-umeral que permita
uma movimentação longa, livre e elegante.
Cotovelos: fortes, firmes e ajustados ao tórax, nunca salientes.
Antebraços: vistos de frente, são retos e bem aprumados, verticais ao solo.
Patas: são de comprimento médio (“pés de lebre”), com os dedos arqueados e
compactos; apresentam pelos duros no Pelado Mexicano variedade sem pelo e
cobertos de pelo no Pelado Mexicano variedade com pelo; as unhas são pretas nos
exemplares escuros e mais claras nos exemplares de cor bronze ou amarelos. As
unhas devem ser cortadas. As almofadas são fortes e muito resistentes a qualquer
tipo de solo. As membranas interdigitais são bem desenvolvidas. Os ergôs devem ser
removidos em todos os membros, exceto nos exemplares que vivem em países onde
as leis proíbem tal remoção.
Posteriores
Aparência geral: os posteriores devem ser fortes e bem musculosos. Vistos de
trás, aparecem perfeitamente retos e paralelos entre si. As angulações coxo-femoral,
fêmur-tíbio-patelar e tíbio-társica são amplas, indispensáveis para permitir uma ação
livre e poderosa dos membros. Os jarretes próximos são severamente penalizados.
Os membros posteriores nunca devem ser estreitos quando vistos por trás.
Joelhos: angulação moderada.
Patas: como as anteriores.7
MOVIMENTAÇÃO: de acordo com as angulações, deve mover-se livremente,
com passos elegantes, longos e flexíveis; em trote rápido e desenvolto, com a cabeça
e a cauda sempre portadas altas.
PELE
Variedade sem pelo: devido à ausência total de pelo, a pele desta raça adquire
grande importância; é lisa, muito sensível ao toque e se a sente mais quente como
resultado de uma emanação direta de calor, devido à ausência de pelo, porém, a
temperatura corporal é igual à de outros cães com pelo. A diferença para outras raças
com pelo, nas quais o calor se dispersa através da ventilação natural, é que a pele
requer maiores cuidados por não ter a proteção natural e por estar exposta ao sol e às
inclemências do tempo. Não se penalizam as cicatrizes acidentais. O cão só transpira
pelas patas (almofadas e membranas interdigitais) e, por isso, quase não respira de
modo ofegante, somente o fazendo no calor extremo. Deve estar livre de problemas
evidentes na pele.
Variedade com pelo: é suave e deve estar completamente coberta com pelos.
PELAGEM
Variedade sem pelo: a característica desta raça é a ausência total de pelos no corpo
(“cão pelado ou desnudo”); ainda que apresente alguns pelos duros, curtos e densos
de qualquer outra cor na face e na nuca, porém nunca deve ser mais longo que
2,5 cm, nem tampouco devem formar um topete longo e macio. É usual encontrar
pelos ásperos nas patas e no final cauda, porém, caso não existam pelos nestes
locais, não deve ser penalizado.
Variedade com pelo: esta variedade apresenta pelo em todo o corpo; pode ser
escasso no ventre e na parte interna dos membros posteriores. O pelo pode ser de
qualquer comprimento e textura, cobrindo a totalidade do corpo.
COR
Variedade sem pelo: são preferíveis as cores uniformes, sólidas e escuras. A gama
de cores varia do preto, preto acinzentado, cinza ardósia, cinza escuro, avermelhado,
fígado, bronze ou amarelo; também podem apresentar marcações de qualquer cor,
incluindo manchas de cor branca ou tricolores.
Variedade com pelo: pode apresentar qualquer cor ou combinações de cores em
diferentes tonalidades.8
TAMANHO: existem três tamanhos para machos e fêmeas.
• Variedade “standard”: maiores de 46 cm a 60 cm, com tolerância de mais
2 cm em exemplares de ótima qualidade.
• Variedade intermediária:de 36 cm a 45 cm.
• Variedade miniatura: de 25 cm a 35 cm.
FALTAS: qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considerado como
falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade e seus efeitos na saúde e bem
estar do cão.
• cabeça muito larga.
• pele frouxa, solta e enrugada em cães adultos.
• pele do pescoço frouxa, solta e enrugada em cães adultos.
• barbela excessiva.
• olhos claros, redondos ou protrusos.
• dorso afundado (selado) ou arqueado (carpeado).
• garupa caída.
• jarretes de vaca excessivos (jarretes muito próximos).
• cauda enrolada sobre o dorso.
• cauda curta.
• patas planas.
FALTAS GRAVES
• corpo longo e estreito com membros curtos.
FALTAS DESQUALIFICANTES
• agressividade ou timidez excessiva.
• todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou de comportamento
deve ser desqualificado.
• cães atípicos.
• olhos azuis ou manchados de azul.
• prognatismo superior ou inferior em qualquer variedade do Pelado Mexicano.
• exemplares com má mordedura, que denotem um mau posicionamento dos
maxilares.
• língua pendente (fora da boca).
• orelhas cortadas ou caídas nos cães da variedade sem pelo.
• cauda cortada.9
• pelo em qualquer parte do Pelado Mexicano variedade sem pelo que não
seja na cabeça, orelhas, pescoço, patas e cauda.
• albinismo, cegueira e surdez.
• cães com altura superior a 62 cm e inferior a 25 cm.
NOTA:
• os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos
e acomodados na bolsa escrotal.