CIRNERO DO ETNA

CIRNERO DO ETNA

RESUMO HISTÓRICO: os  clássicos estudos  das raças  caninas disseminadas  na bacia do Mediterrâneo chegaram  à conclusão de que o Cirneco do Etna seria descendente dos antigos cães de caça criados no Vale do Nilo na época dos faraós,  cães  estes que teriam  chegado à Sicília com os Fenícios. Porém, pesquisas mais 
recentes falam em favor de uma nova concepção, segundo a qual o Cirneco do Etna  seria uma raça autóctone de origem siciliana, vindo precisamente das imediações do Etna. Moedas e gravuras revelam que o Cirneco do Etna existiu nesta região muitos  séculos antes de Cristo. 
APARÊNCIA GERAL: cão do tipo primitivo,  de forma  elegante  e delgada, de 
tamanho médio, não atarracado, robusto e resistente. De conformação morfológica
ligeiramente longilínea e de clara construção; seu corpo se encaixa em um quadrado; sua pele é fina. 
PROPORÇÕES IMPORTANTES:
· o comprimento do tronco é igual a altura na cernelha (construído em um quadrado).
· a profundidade do peito é ligeiramente menor que a altura do solo ao cotovelo.
· o comprimento do focinho não deve atingir a metade do comprimento da cabeça 
(a relação crânio­focinho é de 10:8), mas a preferência é dada aos exemplares cujo
comprimento do focinho seja igual ao do crânio. 
COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: cão de caça adaptado  a terrenos  difíceis, sendo especialmente indicado para a caça de coelhos selvagens; dotado de 
forte temperamento, ele é ao mesmo tempo gentil e afetuoso. 
CABEÇA  REGIÃO CRANIANA  Crânio: de forma oval em sentido longitudinal; os eixos superiores do crânio e do
focinho são pouco divergentes ou paralelos. O perfil superior do crânio é tão pouco  convexo que aparenta ser quase plano; a largura do crânio entre os arcos zigomáticos não deve ultrapassar a metade do comprimento da cabeça; as arcadas superciliares  não são muito pronunciadas; o sulco frontal é apenas ligeiramente marcado; a crista  occipital e a protuberância occipital são ligeiramente desenvolvidas. 
Stop: bem acentuado, com um ângulo de aproximadamente 140º.REGIÃO FACIAL  Tr ufa: de formato verdadeiramente retangular  e preferivelmente grande, sua  cor corresponde a cor da pelagem (marrom bastante escuro, marrom claro ou cor de carne). 
Focinho: o comprimento do focinho é pelo menos 80% do comprimento do crânio; sua profundidade ou altura (medida na metade do focinho) atinge no mínimo a metade  do seu próprio comprimento; sua largura (medida na metade do focinho) é inferior a metade de seu comprimento. Assim, o focinho é pontiagudo e a cana nasal é reta; seu perfil lateral inferior é definido pela mandíbula. 
Lábios: finos, delgados e ajustados, apenas cobrindo os dentes do maxilar inferior.  A mucosa da comissura labial é apenas visível.  Maxilares / Dentes: maxilares normalmente desenvolvidos apesar de não parecerem 
fortes; mandíbula ligeiramente desenvolvida, com queixo recuado. Incisivos 
implantados  em  ângulo reto, perfeitamente alinhados e  adaptados. Dentes bem  desenvolvidos e completos; mordedura em tesoura. 
Bochechas: planas. 
Olhos: mais para pequenos, são de cor ocre não muito escuro, âmbar ou cinza; nunca marrons ou de cor avelã escuro; em posição lateral, expressão doce; de forma oval,  a pigmentação das bordas das pálpebras corresponde a cor da trufa. 
Orelhas: inseridas bem altas e próximas, eretas e bem rígidas, abertas para frente; de 
formato triangular com as pontas estreitas, não devem ser cortadas. Seu comprimento
não ultrapassa a metade do comprimento da cabeça. 
PESCOÇO: perfil superior bem arqueado (convexo). Seu comprimento é igual ao da cabeça. De forma similar  a  um  cone truncado; os músculos são aparentes,  especialmente ao longo do bordo superior. A pele é fina e esticada, muito ajustada e
sem formar barbela. 
TRONCO  Linha superior: reta e inclinando­se elegantemente da cernelha para a garupa. 
Cernelha: elevada sobre  a linha  dorsal,  estreita por causa  da convergência  das  escápulas; une­se harmoniosamente ao pescoço sem deixar marca alguma na linha 
superior.6 
Dorso: de perfil superior reto,  com músculos moderadamente desenvolvidos. O
comprimento da parte torácica mede aproximadamente 3 vezes o comprimento da  parte lombar. 
Lombo: o comprimento do lombo alcança aproximadamente 1/5 da altura na cernelha  e sua largura se aproxima de seu comprimento; os músculos são curtos e ligeiramente  visíveis, porém firmes. 
Garupa: o perfil superior é bastante plano e sua inclinação é de cerca de 45° com a horizontal. O comprimento desta garupa inclinada, seca e sólida atinge quase 1/3 da  altura na cernelha e a largura é quase a metade de seu comprimento; os músculos da  garupa não são visíveis. 
Peito: o comprimento do peito é ligeiramente maior do que a metade da altura na  cernelha (aproximadamente 57%) e sua largura (medida na sua parte mais larga) é 
ligeiramente menor do que 1/3 da altura na cernelha; o tórax desce até a altura dos  cotovelos ou quase, mas sem ultrapassar o seu nível; as costelas são ligeiramente  arqueadas, mas jamais planas; o perímetro do peito ultrapassa a altura da cernelha  em aproximadamente 1/8, determinando um peito preferivelmente estreito. 
Linha inferior: o perfil inferior ascende regularmente até o ventre, sem qualquer 
interrupção brusca. Ventre seco e retraído, flancos de comprimento igual ao da região 
renal. 
CAUDA: inserida baixa, bastante grossa  e de espessura  uniforme  em todo o seu
comprimento, bastante longa, atinge ou ultrapassa ligeiramente o jarrete; portada em 
sabre quando em repouso; enrolada sobre o dorso, em forma de trompete, quando
em ação. Pelo liso. 
MEMBROS  Anteriores: retos e paralelos. Vistos de perfil, uma linha vertical imaginária do ombro
toca a ponta dos dedos. Uma outra linha vertical imaginária, indo da articulação úmero­
radial, divide o antebraço e o carpo em duas partes mais ou menos iguais, terminando
na metade do metacarpo. Vistos de frente, os aprumos devem corresponder a uma linha  vertical imaginária que parte do ponto do ombro que divide o antebraço, o carpo, o metacarpo e as patas em duas partes mais ou menos iguais. A altura dos anteriores, do cotovelo ao solo, é ligeiramente maior do que a metade da altura na cernelha. 
Ombros: o comprimento da escápula deve atingir aproximadamente 1/3 da altura nacernelha, com uma inclinação abaixo da horizontal de 55º; as pontas das escápulas  estão próximas entre si; o ângulo escápulo­umeral mede de 115º a 120°. 
Braços:seu comprimento é igual àmetade do comprimento do membro medido do solo
ao cotovelo; quase perfeitamente paralelos ao plano mediano do corpo, ligeiramente 
inclinado abaixo da horizontal, com músculos notáveis e distintos. 
Cotovelos: inseridos  no nível ou abaixo da linha do esterno, paralelos  ao  plano mediano do tronco; a angulação úmero­radial medindo aproximadamente 150º. 
Antebr aços: o comprimento é igual a 1/3 da altura na cernelha; retos e paralelos; a  articulação carpo­cubital é bem visível; a estrutura óssea é leve, mas sólida. 
Articulação  do Car po: prolonga uma  linha reta do antebraço; osso pisiforme  proeminente.  Metacarpos: o comprimento dos metacarpos não deve ser inferior a 1/6 da altura do membro anterior, medido do solo ao cotovelo; mais largos que os carpos, mas planos e  secos;são ligeiramente inclinados de trás para frente. Aestrutura óssea é plana e seca. 
Patas: de formato oval (patas de lebre), com dedos compactos e arqueados. Unhas 
fortes e curvadas, de cor marrom ou ocre rosado, mas nunca pretas.Almofadas duras, da mesma cor que as unhas. 
Posteriores: retos e paralelos. Vistos de perfil, uma linha vertical, que desce da ponta  da nádega até o solo, quase toca ou toca a ponta dos dedos. Vistos por trás, uma linha 
imaginária vertical que vai da ponta da nádega até o solo divide a ponta do jarrete, o  metatarso e as patas em duas partes iguais. O comprimento total do membro posterior mede aproximadamente 93% da altura na cernelha. 
Coxas: longas e largas. Seu comprimento e de 1/3 da altura na cernelha. Os músculos  são planos e o bordo posterior da coxa é ligeiramente convexo. A largura da face  externa  da coxa é igual a  3/4 de seu comprimento. O ângulo coxofemoral mede  aproximadamente 115°. 
Joelhos: devem se situarsobre a vertical que vai da ponta da nádega ao solo. O ângulo
tíbio­femoral é de aproximadamente 120°. 
Per nas: de comprimento ligeiramente inferior que o da coxa e angulada a 55º com a  horizontal. Os músculos que a revestem são secos e bem aparentes. A estrutura óssea
é leve com a canela bem marcada. 
J arretes: a  distância  do solo à ponta do jarrete  não ultrapassa  27%  da altura na8
cernelha. Sua face externa é larga; o ângulo tíbio­tarsiano é de aproximadamente 135º.  Metatarsos: seu comprimento e igual a 1/3 do comprimento do membro anterior,  medido do solo ao  cotovelo; de forma  cilíndrica e em  posição vertical,  ou seja, perpendicular ao solo; não apresenta ergôs. 
Patas: ligeiramente ovais, com as mesmas características das patas anteriores. 
MOVIMENTAÇÃO: galope com períodos intermitentes de trote. 
PELE: fina, bem aderente sobre todas as partes do corpo. Acor varia de acordo com a  cor da pelagem. As mucosas e a pele da trufa são pigmentadas com as cores descritas  para a da trufa e nunca devem apresentarmanchas pretas e nem serem despigmentadas. 
PELAGEM  Pelo: curto na cabeça, nas orelhas e nos membros; semi­longo (mais ou menos 3cm),  mas bem liso e assentado sobre o corpo e cauda. Pelos retos e rígidos como os pelos  de cavalos. 
COR: · fulvo unicolor, mais ou menos intenso ou diluído como isabela, areia, etc.
· fulvo com branco mais ou menos extenso (lista branca na cabeça, marca branca no
peito, branco nas patas, branco na ponta da cauda, ventre branco; um colar branco
é menos apreciado). Branco unicolor ou branco com manchas de cor laranja são
tolerados; um pelo fulvo mesclado com pelos ligeiramente mais claros ou mais  escuros são permitidos. 
TAMANHO / PESO
Altura na cernelha: Machos: de 46 cm a 50 cm  Tolerância até 52 cm.  Fêmeas: de 42 cm a 46 cm  Tolerância até 50 cm. 
Peso: Machos: 10 a 12 kg. Fêmeas: 8 a 10kg. 
FALTAS: qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considerado como faltae penalizado na exata proporção de sua gravidade. 
FALTAS ELIMINATÓRIAS
· agressividade ou timidez excessiva; · convergência dos eixos crânio­faciais; · cana nasal côncava; · acentuado prognatismo superior ou inferior; · olhos de porcelana; · orelhas totalmente caídas ou orelhas de morcego; · cauda curvada sobre o dorso; · unhas pretas; · almofadas pretas (digitais e centrais); · pigmentação preta, mesmo que limitada; · cães unicolores marrom ou fígado; · manchas pretas ou marrons; · presença de pelos pretos ou marrons; · pelagem tigrada; · mucosas pretas; · total despigmentação; · tamanho acima ou abaixo de 2 cm dos limites indicados no padrão. 
NOTAS: · os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos  e acomodados na bolsa escrotal.
· todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou de comportamento
deve ser desqualificado.